Esta terça-feira a comunicação social alemã informava que a colisão entre dois comboios que provocou dez mortos e 81 feridos na região da Baviera tinha sido provocado por “erro humano”. No entanto, a polícia germânica vem agora desmentir a tese que dava conta que um controlador de linha tinha desligado o sistema automático do sistema de segurança momentos antes do acidente.
A BBC diz agora que um porta-voz da polícia afirmou que esta teoria não passa de “pura especulação”. À televisão local Bayerischer Rundfunk o mesmo porta-voz esclareceu que “descartamos isso, nós rejeitamos isso”.
Esta terça-feira a agência noticiosa alemã DPA, que citou uma “fonte segura”, afirmou que o acidente se deveu a um “erro humano”, mas precisou ainda não ter sido determinada a pessoa ou pessoas implicadas. Contactada pela agência noticiosa France Presse, a direção regional da polícia escusou-se a fazer qualquer comentário.
O acidente ocorreu cerca das 07:00 (06:00 em Lisboa) na linha que liga Rosenheim a Holzkirchen, entre dois comboios regionais. O choque causou dez mortos, 18 feridos graves e 63 ligeiros. De acordo com o ministro dos Transportes alemão, Alexander Dobrindt, as pistas do “problema técnico” ou do erro humano estão “a ser estudadas”, mas a segurança naquela via férrea era “garantida pelo sistema PZB 90” que “força a travagem dos comboios” para evitar qualquer colisão.
A RND indicou que a sinalização automática foi desativada “para deixar passar um comboio atrasado”, ou seja, a primeira composição implicada no acidente, numa zona em que a via é única até ao ponto onde os carris se separam novamente para formar duas vias. O segundo comboio entrou manualmente na mesma via em sentido inverso, “apesar do sinal estar vermelho”, antes de o primeiro comboio ter atingido a zona de separação das vias, disse a RND.
Markus Hecht, um especialista em transportes ferroviários questionado pelo jornal Bild, indicou que esta manobra “tem como efeito desativar a travagem de emergência” do sistema PZB 90, usado na Alemanha desde um acidente idêntico em 2011.