A uma semana das eleições federais na Alemanha, a União Social Cristã (CSU, do alemão) reconquistou a maioria absoluta na assembleia estadual da Baviera neste domingo (15/9). O pleito terminou com 47,7% dos votos para o partido irmão da CDU, a União Democrata Cristã liderada pela chanceler federal alemã Angela Merkel.
A vitória regional do partido irmão da CDU (a CSU é representada apenas na Baviera) é considerada encorajadora para Merkel. Porém, para o outro parceiro no governo, os resultados foram péssimos. O Partido Liberal Democrata (FDP) conquistou apenas 3,3% dos votos – abaixo dos 5% necessários para conseguir representação na assembleia estadual. E observadores avaliam este como um péssimo sinal para a coalizão de centro-direita (CDU/CSU/FDP) nas eleições nacionais no dia 22 de setembro.
“Pena” do FDP
Especialistas acreditam que apoiadores da aliança CDU/CSU agora votem no FDP por “pena”.
O candidato do FDP, Rainer Brüderle (dir.) e o líder do partido, Philipp Rösler
Os partidos políticos alemães precisam conquistar mais de 50% dos assentos parlamentares para governarem o país – uma porcentagem que eles normalmente conseguem apenas por meio de uma coalizão.
Houve especulações sobre o fato de a CDU poder encorajar seus eleitores a votarem no FDP com o segundo voto (o eleitor alemão tem direito a dois votos, um por candidato, outro para uma legenda partidária), para garantir que o Partido Liberal Democrata consiga entrar no Parlamento e se torne novamente o parceiro de coalizão da CDU.
Outros parceiros parecem não estar na lista do partido de Merkel no momento. Se o FDP, segundo observadores, não conseguir os 5% necessários para entrar no Parlamento, isso poderia significar o fim da gestão de Merkel.
Reações iniciais mostraram, nesta segunda-feira, que o FDP tem muito a perder. O líder do partido, Philipp Rösler, avaliou a derrota como um “desastre”.
O Partido Social Democrata (SPD), principal adversário político da coalizão governista, deverá atingir o total de 20,6% dos votos na Baviera, o que significa um crescimento significativo da sigla de centro-esquerda em uma região tradicionalmente conservadora, de acordo com o candidato do SPD e prefeito de Munique, Christian Ude.
“Aqueles que haviam previsto uma derrota do SPD são obrigados a admitir que nós conseguimos reverter as tendências”, defendeu Ude.
Já a líder nacional do Partido Verde, Claudia Roth, está bem menos satisfeita. Sua legenda conseguiu apenas 8,6% dos votos na região. “Estamos decepcionados”, lamentou Roth. “Realmente esperávamos mais.”
Enquanto isso, o Partido A Esquerda recebeu apenas 2,1% dos votos e também não terá representação na assembleia estadual. Já o Partido Eleitores Livres (FW, do alemão), que defende a descentralização do governo, deverá atingir 9% dos votos na contagem final.
O comparecimento nas urnas foi de 63,9%. É um número significativamente maior do que nas eleições de 2003 (57,1%) e 2008 (57,9%).
Na eleição anterior, em 2003, a CSU obteve 43,4% dos votos; o SPD, 18,6%; o FDP, 8%; e os Verdes, 9,4%.