Primeiro título mundial do Bayern veio em Minas Gerais

Quando chegamos no mês de dezembro, é normal a atenção de todo o mundo futebolístico ficar voltada para o Mundial de Clubes. Na competição do respectivo ano e também na história que seus dias de realização trazem à tona. É comum lembrarmos de jogos e principalmente das datas marcantes dos dois formatos.

E este último quesito é mais do que protuberante para o Bayern, em especial o dia 21 de dezembro. Afinal, neste dia nos sagramos campeões e tricampeões do mundo. Conversamos sobre o tricampeonato do Gigante da Baviera há exatamente um ano, e você pode conferir aqui. Sobre o primeiro título, a história é boa, e vamos resgatá-la nas próximas linhas.

Celio Apolinário/Cruzeiro EC

Celio Apolinrio/Cruzeiro EC

Por ser campeão da Champions League de 1975/1976 (a última do eterno hat-trick), o Gigante da Baviera havia se classificado para o terceiro Mundial de sua história, mas apenas o primeiro que realmente disputaria – havia desistido da edição de 1973/1974, passando assim sua vaga para Atlético de Madrid, enquanto que a edição posterior (de 1975) acabou não sendo realizada. O Cruzeiro, por sua vez, venceu a Libertadores do ano de 1976, curiosamente batendo na decisão seu algoz deste ano de 2015 – o atual vice-campeão mundial River Plate.

Como você bem sabe, até 2004 o Mundial de Clubes era realizado apenas entre o campeão da Europa e o campeão da América do Sul. Até 1979, no entanto, não existia apenas um único jogo e em campo neutro para definir o campeão do mundo – eram duas partidas, sendo uma disputada na casa de um oponente e a outra na casa do outro adversário – a ordem dos mandos era definida por sorteio.

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Mesmo com vários campeões do mundo com a Alemanha (em 1974) no time – Sepp Maier, Franz Beckenbauer, Hans-Georg Schwarzenbeck, Gerd Müller, Uli Hoeness e Jupp Kappelmann -, ainda faltava a estas figuras, já eternizadas na história do clube, um título mundial – por mais que não fosse levado tão a sério na época (se você acha que hoje europeu hoje não liga para Mundial – o que já é algo questionável -, naquela época era ainda pior).

Reprodução/FC Bayern Legends

Reproduo/FC Bayern Legends

Em 1976, quem jogou o primeiro jogo em casa foi o Bayern, no antigo Olímpico de Munique. Em Munique e com o gramado cheio de neve, o Gigante da Baviera venceu o Cruzeiro por 2 a 0, com gols de Jupp Kapellmann e Gerd Müller, e veio para a América do Sul com vantagem nas malas.

A vantagem do Gigante da Baviera era boa, e ainda levando em conta o fator ‘falta de interesse’ por parte do clube, somados a um Mineirão extremamente lotado – 113.715 pessoas estavam presentes na casa do Cruzeiro -, tudo indicava grandes chances de virada celeste, certo? Que nada.

O Bayern sofreu (e muito) na partida de volta, mas não cedeu à equipe da capital de Minas Gerais. Jogou sério. A frente celeste, então comandada por Palhinha, Dirceu Lopes e Joãozinho, bem que tentou furar a defesa bávara, mas, com Franz Beckenbauer no comando, a missão acabou sendo dificultada. Isso não quer dizer que as chances não apareceram: Sepp Maier também trabalhou bastante naquele jogo.

Reprodução/FC Bayern Legends

Reproduo/FC Bayern Legends

Embora tecnicamente inferior ao Bayern, muitos dizem que o Cruzeiro foi prejudicado antes de o jogo começar – houve um desentendimento por parte dos jogadores, comissão e alta cúpula do clube mineiro por causa dos prêmios que eles ganhariam caso fosse campeões do mundo, história confirmada pelo goleiro Raul Plassmann em setembro deste ano. Cruzeiro desmotivado? Definitivamente não foi o que pareceu em campo, já que a equipe então comandada por Zezé Moreira fez o Bayern suar a camisa.

Camisa suada, mas título nas mãos: com o 0 a 0 em Minas Gerais e 2 a 0 no agregado, o Bayern sagrava-se, pela primeira vez em sua história, campeão mundial. Em terras tupiniquins e no Mineirão, hoje tão simbólico para os alemães graças ao massacre do ano passado, pelas semifinais da Copa do Mundo.

FICHA TÉCNICA

Cruzeiro 0 (0) x (2) 0 Bayern
21/12/1976 – Estádio do Mineirão – Minas Gerais (Brasil)

Cruzeiro: (4-3-3) Raul, Nelinho, Moraes, Ozires, Vanderley, Piazza (Eduardo), Zé Carlos, Jairzinho, Palhinha, Dirceu Lopes (Forlan), Joãozinho. Técnico: Zezé Moreira.

Bayern: (4-3-3) Sepp Maier, Andersson, Beckenbauer, Schwarzenbeck, Horsmann, Dürnberger, Karl-Heinz Rummenigge (Arbinger), Torstensson, Gerd Müller, Uli Hoeness, Kapellmann. Técnico: Dettmar Cramer.

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