“Os programas de ajustamento” – leia-se austeridade cega – “funcionaram, como prova o caso de Portugal”, diz o ministro das Finanças alemão. A fundamentalista ministra das Finanças, Maria Luís, corroborou. Devia envergonhar-se e fazer ‘mea culpa’ com o rasto de miséria, fome e suicídio exponencial que está a deixar. “Admira como a integridade física destes senhores está intacta”, ouvi num Fórum da TSF.
Quando aquele ministro diz que Portugal prova que o programa funciona está a referir-se, certamente, à Baviera. Porque cá a austeridade é para ficar por muitos anos, continuando a provocar insolvências nas empresas, destruindo a economia interna, as famílias, criando desemprego, com mais de metade destes desvalidos sem receber subsídio e originando fome, muita fome – que mata a dignidade das pessoas.
Aquele alemão que põe a Europa a duas velocidades e diz que os países intervencionados estão melhor, gera uma repulsa enorme… Portugal só melhora quando as condições de vida dos portugueses melhorarem, mas o povo não interessa para nada.
O que é que interessa? Os bancos, a Finança e os Mercados que têm em Merkel/Shaüble zelosos e competentes empregados. A Alemanha determina e comanda a Europa dos ricos e opulentos (Norte), enquanto o Sul está pobre e faminto. Esta gritante assimetria, cada vez mais agravada, não pode dar bom resultado…
Dizem-nos que Portugal foi resgatado. Outra mentira! Não foi o povo que foi resgatado, foram os bancos e sociedades financeiras. Há outro embuste muitas vezes apregoado, o da dívida pública, que não o é. É dívida privada. Uma mentira dita muitas vezes acaba por ser tida como “verdade”. Estamos nos escombros mas não vergamos, ainda estamos vivos!