Jan-Christian Dreesen, diretor financeiro do Bayern, declarou nesta segunda-feira (30) que o Gigante da Baviera tem totais condições de gastar 100 milhões de Euros em um único atleta. Sim, você não leu errado.
De antemão, após ouvir estas aspas, é completamente compreensível crer que não passa de um blefe, de uma simples bravata – embora o Bayern tenha muito mais do que essa quantia em caixa. Mas, se de fato considerarmos as declarações – que ao meu ver foram convictas e convincentes -, quem você pensaria em trazer com essa quantia?
Nenhum jogador vale toda essa grana, mas é mais do que óbvio que, se for mesmo para realizar um investimento desse porte, o alvo precisa ser Lionel Messi.
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Não é utópico considerar essa hipótese de contar com Messi. Sim, o argentino tem uma identificação fortíssima com o Barcelona, isso é inquestionável. Mas também é inegável que seus principais anos (não digo “os de glória”, pois isso ele atinge em todos) à frente do Barça foram quando Guardiola o comandava. Foi com Guardiola que Messi amadureceu, ganhou quatro Bolas de Ouro, duas Champions. Foi com Guardiola que Messi virou Messi.
Nos bastidores sempre existem interesses. A Adidas já deixou no ar que poderia colaborar em uma eventual transferência, já que exploraria muito mais a imagem do jogador em um clube que veste sua marca. Messi é Adidas. Bayern e Adidas são parceiros de longa data e possuem uma relação fortíssima, a ponto de a marca ser uma das três principais acionistas do clube – junto com Allianz e Audi.
Este Bayern atual conta com múltiplos esquemas, e diversos deles favorecem o argentino. Mesmo com este Bayern ainda possuindo uma característica que torne necessária a presença de uma referência ofensiva – e Pep, mesmo a contragosto, já entendeu isso na última temporada -, ele, sempre que pode, usa um esquema com Götze ou Müller fazendo a função de falso nove. No Barcelona, Messi cumpria a função com maestria. No Bayern, poderá voltar a cumprí-la facilmente, tendo Pep novamente como comandante.
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Dadas as declarações de Dreesen, a partir de hoje torna-se completamente viável pensar em uma possível transferência envolvendo Messi e o Bayern. Mas algumas perguntas ainda ficam no ar. Caso ele realmente viesse, como ficaria Lewandowski? Chegou ontem e tem mais quatro anos de contrato. Toparia virar banco? Acho dificílimo, mesmo que tenha vindo a custo zero.
Uma possível vinda de Messi também acarretaria na não renovação com Claudio Pizarro – que terá seu contrato finalizado no final da temporada e, até o momento, sem sinal de renovação. Além da não renovação com o veterano, brecaria a ascenção do jovem Weiser.
Eu ainda prefiro um esquema com um centroavante. Dificilmente esquecerei de um fator que foi preponderante na conquista de tantos títulos. Mas não podemos fechar os olhos para o que essa possível transferência possa significar.
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A vinda de Messi poderia (ou poderá) representar a consolidação do trabalho de Guardiola no comando do Bayern, a instalação de sua verdadeira identidade dentro do clube. O Bayern de Guardiola ainda não possui uma característica marcante. Toque de bola? Marcação pressão? Domínio de jogo? Foram aperfeiçoados, mas não são novidades.
Com Messi, o esquema seria montado para favorecê-lo, tendo Ribery e Robben o auxiliando pelas pontas. Inegavelmente, um ataque mortal. Müller ou Götze trabalhariam na armação, enquanto Xabi Alonso e Schweinsteiger poderiam ocupar as vagas na volância e Alaba e Lahm nas laterais. Boateng e Badstuber iriam compor o miolo de zaga, enquanto Neuer continuaria intocável nas meta bávara.
Alguns pensam que não, mas sou muito fã de Messi. Quem ama futebol não tem como deixar de admirar seu estilo, certo? Ainda acho que ele não deveria estar entre os três indicados à Bola de Ouro do ano passado, mas isso não significa que ele deixou de ser um gênio.
Você provavelmente chegou ao final deste texto crendo que tudo isso não passa de uma grande viagem. Eu também acharia isso, se Jan-Christian Dreesen não me permitisse pensar dessa forma.
Se Messi vem ou não, ainda não sabemos. O fato é que, a partir de hoje, pensar nessa hipótese já não é mais um absurdo.