Angela Merkel não consegue ter descanso. Várias vezes acusada de não se esforçar o suficiente para resolver a situação dos refugiados, a chanceler é agora acusada de ter “deixado passar os refugiados” para a Alemanha por outros setores da sociedade alemã. Ao mesmo tempo que uma multidão aplaudia a chegada dos refugiados a Munique, com aplausos e cartazes de boas-vindas, o partido social-cristão CSU (ramo da CDU de Merkel na Baviera, região que governa desde 1975) criticava Merkel de ter deixado os comboios de refugiados chegar à Alemanha.
“A permissão de viajar desde a Hungria até à Alemanha é um sinal erróneo que deve ser corrigido” disse o ministro do interior bávaro, Joachim Herrmann. O secretário-geral do CSU, Andreas Schuer disse ainda que era necessário “parar a afluência de refugiados que só querem ir para a Alemanha”.
Além do CSU, membros conservadores da própria CDU de Angela Merkel lançaram críticas à chanceler, dizendo que não viam com bons olhos a decisão da chanceler. Segundo o deputado Wolfgang Bosbach, “a situação é muito grave, não podemos perder tempo, esta não é altura para lutas internas”. Do lado de Merkel, a receção de quase sete mil refugiados é vista como uma mera “exceção”, segundo um comunicado emitido no sábado.