Nasceu alemão, em Amberg, no coração da Baviera, mas viveu toda a vida em Portugal. As fotografias de Emílio Biel estão expostas a partir desta sexta-feira, dia 10, na Casa do Infante, no Porto.
Podem ver-se várias objectos fotográficos seleccionados do total de 546 existentes no Arquivo Histórico Municipal (e que pertencem ao município do Porto). Há negativos de vidro, películas e albuminas. Todos revelam o olhar deste industrial amante da fotografia sobre o País que o acolheu em 1857. Biel chegou a Lisboa nessa data e, três anos depois, rumou ao Porto onde viria a fundar o seu primeiro negócio: uma fábrica de botões.

Na década de 70 começou a dedicar-se à fotografia e, em 1873, comprou a Fotografia Fritz, na rua do Almada, no Porto, que rapidamente se tornou um dos maiores estúdios de Portugal.
O casamento com Edith Katzenstein, filha do cônsul do império alemão no Porto, fez com que privasse com D. Fernando II, conhecido como o Rei-Artista, e se tornasse “o Photographo da Casa Real”.

Homem das artes e da cultura, Biel era amigo dos pintores Silva Porto, Marques de Oliveira e Henrique Pousão. Do seu estúdio nasceu uma edição de Os Lusíadas em fototipia, uma técnica que Biel aprendeu com outro conhecido fotógrafo da época, Carlos Relvas.

Além da exposição, há um programa paralelo que inclui sessões sobre a história da fotografia, oficinas de sensibilização sobre técnicas fotográficas e um percurso cultural. Será também apresentado o livro O Portugal de Emílio Biel.
O Portugal de Emílio Biel
Casa do Infante
R. Alfândega, 10, Porto
10/7 a 21/9 || 9h30-17h (fecha das 12h30 às 14h ao sáb. e dom)
Grátis