Angela Merkel e Wolfgang Schaeuble estão a afastar-se na visão sobre a solução para resolução do problema grego. A chanceler inclina-se para concessões que permitam ao governo grego manter a face e assinar um acordo, enquanto o ministro das Finanças escolhe uma posição mais ortodoxa.
As pressões geopolíticas estão por detrás desta posição, indica a Bloomberg, numa altura em que Merkel está na reunião do G7, juntamente com Obama, o qual voltou hoje a pronunciar-se a favor de uma ajuda à Grécia – ao que não será alheio o receio de aproximação de Atenas a Moscovo, o que, pelo menos em teoria, constituiria uma brecha na zona euro, a favor do reforço da posição da Rússia. O país de Putin foi precisamente o grande ausente, depois da expulsão do grupo dos mais desenvolvidos, após a anexação da Crimeia.
Na frente alemã, de acordo com a Bloomberg, o ministro alemão das Finanças abre portas à saída da Grécia da moeda única, caso a equipa de Tsipras não faça as reformas que Schaeuble considera exigíveis para que Atenas sobreviva dentro da zona euro, indica ainda a Bloomberg.
Na alegada discórdia interna, Merkel poderá mesmo retirar do comité do orçamento a decisão sobre um plano de ajuda à Grécia, colocando a posição oficial da Alemanha nas mãos da câmara baixa do Parlamento, diz a Bloomberg.
No final da cimeira de hoje, Merkel confirmou que os líderes do G7 pretendem que a Grécia se mantenha na zona euro, mas que o tempo está a tornar-se cada vez mais curto para os gregos.
Após este encontro na Baviera, Barack Obama pediu flexibilidade para com a Grécia, que enfrenta desafios de monta. O presidente norte-americano assume que é tempo para o governo de Atenas de “escolhas políticas duras”, as quais serão benéficas a longo termo.
Na próxima quarta-feira será dia de mais uma reunião entre Merkel e Tsipras, à margem da cimeira entre UE e os países da América Latina.