"Mein Kampf": Obra polémica de Hitler regressa às livrarias

O livro “Mein Kampf”, a “A minha luta”, de Adolph Hitler volta às livrarias. Na Alemanha é a primeira vez que é editado desde 1945.

A obra polémica, que se tornou na bíblia do nazismo, é publicada com uma vertente pedagógica. O texto integral é acompanhado de 3500 notas académicas de historiadores do Instituto de História Contemporânea de Munique. No total são quase 2000 páginas.

A obra tornou-se propriedade universal a 1 de janeiro, quando caducaram os direitos de autor. Eram detidos pelo Estado da Baviera, que os tinha recebido das forças de ocupação norte-americanas. O Estado da Baviera usou os direitos de autor para impedir reedições, por respeito às vítimas do Holocausto.

Na conferência de imprensa esta sexta-feira (8 de janeiro), Andreas Wirsching, diretor da equipa de historiadores, explicou as razões para a reedição: “Tenho a impressão de que há um acordo sobre um ponto essencial: seria irresponsável deixar este emaranhado de desumanidade vagabundear no domínio público sem qualquer comentário, sem o confrontar numa obra de referência crítica. A edição de referência coloca o texto e o autor no seu contexto ao mesmo tempo”.

Hitler escreveu “A minha luta” entre 1924 e 1926, quase uma década antes de chegar ao poder. Começou quando estava na prisão depois do golpe falhado em Munique. Após a libertação, escreveu o segundo volume no refúgio de montanha de Berchtesgaden. Até 1945, vendeu 12 milhões de exemplares.

A obra de propaganda teoriza a ideologia nacional-socialista, mostra o desejo de eliminação dos judeus e a vontade de dominação do mundo.

O sindicato dos professores da Alemanha descarta a hipótese de “tornar o livro leitura obrigatória”. Mas o representante da Associação de professores alemães, Josef Kraus, defende: “Acho justo publicar agora uma edição com comentários científicos porque desta forma, algo sombrio, um mito pode ser destruído. Para mim, é uma tarefa educativa deixar claro aos jovens, não para os de 12 ou 13 anos, mas para os de 16 e 18 anos, que este manifesto atroz pode levar a uma catástrofe mundial”.

O texto bruto continua a ser proibido na Alemanha e na Áustria, sob pena de sanções judiciais por incitamento ao ódio racial.

Em Portugal, o livro voltou às livrarias ao fim de 40 anos mas agora em versão integral. O prefácio é do historiador António da Costa Pinto.

“Mein Kampf” é popular na Índia, Brasil e nos países árabes. Na Turquia venderam-se 30 mil exemplares desde 2004. A obra tem também grande difusão na internet, nas páginas de grupos salafistas.

Artigos em português:

http://www.dn.pt/mundo/interior/mein-kampf-de-hitler-volta-hoje-as-livrarias-alemas-4969561.html

http://www.dn.pt/artes/interior/versao-integral-de-mein-kampf-de-hitler-pela-primeira-vez-no-mercado-portugues-4959846.html

This entry was posted in PT and tagged by News4Me. Bookmark the permalink.

About News4Me

Globe-informer on Argentinian, Bahraini, Bavarian, Bosnian, Briton, Cantonese, Catalan, Chilean, Congolese, Croat, Ethiopian, Finnish, Flemish, German, Hungarian, Icelandic, Indian, Irish, Israeli, Jordanian, Javanese, Kiwi, Kurd, Kurdish, Malawian, Malay, Malaysian, Mauritian, Mongolian, Mozambican, Nepali, Nigerian, Paki, Palestinian, Papuan, Senegalese, Sicilian, Singaporean, Slovenian, South African, Syrian, Tanzanian, Texan, Tibetan, Ukrainian, Valencian, Venetian, and Venezuelan news

Leave a Reply