Mein Kampf: "livro maldito" vai ser reeditado na Alemanha

O livro ainda não saiu, mas já está a gerar grande controvérsia na Alemanha, o país onde esteve banido durante 75 anos. Esta será a primeira vez, desde a II Guerra Mundial, que o manifesto de Adolf Hitler, Mein Kampf (A Minha Luta, em português), chegará às livrarias germânicas.

Muitos, como o historiador Florian Sepp, acham que “este livro é demasiado perigoso para o grande público”. Por algum motivo, as poucas primeiras edições que existem, daquele que foi considerado o texto sagrado do nacional socialismo, estão fechadas a sete chaves na Biblioteca Pública da Baviera.
O conteúdo desta edição será, no entanto, muito diferente do original. O texto da autoria do líder nazi mantém-se igual, mas será acompanhado por notas e críticas. Ao todo, serão duas mil páginas.

Até Dezembro qualquer tentativa de republicação do livro tinha sido vetada pelo Estado da Baviera que detinha os direitos de autor. Porém, no final do ano passado os direitos expiraram.

Agora, serão os contribuintes alemães a financiar a nova edição, uma vez que a produção e publicação estão a cargo do Instituto de História Contemporânea (IfZ), uma fundação não-lucrativa, criada em 1949, e que se dedica ao estudo da História da Alemanha desde 1918.

O IfZ defende-se das críticas, dizendo que o livro anotado será uma importante ferramenta académica. O seu director interino, Magnus Brechtken, afirmou que se trata de “um modo útil de comunicar educação histórica e esclarecimento – uma publicação com os comentários apropriados, exactamente para prevenir que esses eventos traumáticos voltem a acontecer.”

O argumento não convence os que se opõem à reedição daquele que foi considerado a bíblia dos nazis. A maior oposição vem da parte de judeus e de sobreviventes do Holocausto. Muitos temem que, numa época em que se assiste ao renascimento de manifestações anti-semitas na Europa, o acontecimento seja usado para revitalizar a memória do ditador, responsável pela morte de mais de 11 milhões de pessoas.

“Sou absolutamente contra a publicação de Mein Kampf, mesmo anotado. Pode-se anotar o Diabo? Pode-se anotar uma pessoa como Adolfo Hitler?”, questiona Levi Salomon, do Fórum Judeu para a Democracia e Contra o Anti-semitismo, de Berlim.

Opinião semelhante tem Charlotte Knobloch, líder da comunidade judaica de Munique que diz: “Este livro é só mal; é o pior panfleto anti-semita e um guia para o Holocausto”.

Mein Kampf foi escrito por Hitler na cadeia, em 1923 e, desde então até hoje, foram vendidas milhões de cópias em todo o mundo, há inclusivamente uma edição japonesa em banda desenhada.

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