Pela primeira vez em 70 anos, o manifesto nazista Mein Kampf, de Adolf Hitler, será publicado. A obra antissemita caiu em domínio público. A versão tem anotações que desmentem afirmações de Hitler.
É uma das publicações mais aguardadas do ano e das mais polêmicas também. A impressão de Mein Kampf (Minha Luta, em português) foi proibida na Alemanha depois do fim da Segunda Guerra Mundial. Nenhuma nova edição foi autorizada por lá.
Mas no primeiro dia desse ano, os direitos autorais da obra, firmemente controlados até então pelo estado da Baviera, entraram em domínio público.
A primeira edição a chegar às livrarias é do Instituto de História Contemporânea de Munique. Durante três anos, uma equipe de pesquisadores preparou notas acadêmicas e comentários históricos para contextualizar a obra e dissecar o discurso de ódio de Hitler. Uma leitura crítica, com o objetivo de desmistificar o livro.
Mesmo assim, muitos alemães se opõem à divulgação do que eles chamam de manual de extermínio. Outros temem que citações tiradas de contexto possam incentivar sentimentos neonazistas. Mas, para muita gente, já está mais do que na hora de a Alemanha enfrentar o texto de Hitler e, com isso, o próprio passado.
G1