Hungria rejeita "imperialismo moral" da Alemanha

Quando questionado pelos jornalistas sobre o que esperava de Angela Merkel durante a reunião desta tarde em Bruxelas sobre a crise dos refugiados, Viktor Orban respondeu: “Tenho uma longa lista”, acrescentando que “a coisa mais importante é que não deve haver um imperialismo moral”.

Orban acusou Merkel de tentar impor a sua visão de uma Europa aberto aos restantes países do bloco, sublinhando que a Hungria tem o “direito democrático” de ter uma abordagem diferente sobre a crise dos refugiados.

Falando na Baviera a convite do líder local, que tem sido um dos maiores críticos da posição alemã de ‘portas abertas’ na crise dos refugiados, Vitor Orban explicou que não tem dúvidas “sobre o direito da Alemanha definir as suas obrigações morais para si própria” e “decidir se aceitam todos os refugiados ou não, mas isso devia ser obrigatório apenas para os alemães”.

As declarações de Orban surgem horas antes de uma reunião dos chefes de Estado e de Governo em Bruxelas para debater a crise dos refugiados e a distribuição de 120 mil pessoas oriundas de países como a Síria, o Afeganistão e o Iraque.

“Nós somos húngaros, não podemos pensar com mentes alemães. A Hungria devia ter o direito de controlar o impacto de uma migração em massa. O povo húngaro não quer isto, e pedimos que os desejos dos húngaros sejam respeitados”, vincou o primeiro-ministro da Hungria.

A Hungria tem sido um dos países que mais se tem oposto à entrada dos refugiados na Europa, recorrendo a muros de arame farpado para impedir a entrada destes migrantes e dando autorização ao exército e polícia para dispararem sobre os milhares de pessoas que querem entrar no país se forçarem a entrada.

Na segunda-feira à noite, um despacho governamental assinado pelo primeiro-ministro, Viktor Orban, ordena aos ministros do Interior e da Defesa que preparem novas cercas, apesar de não especificar o local.

A imprensa especula que podem ser erguidas na província de Zala, que faz fronteira com a Croácia, por onde estão a entrar milhares de refugiados por dia, desde a semana passada.

O decreto ordena às províncias onde se declarou “estado de emergência por imigração em massa”, seis no total, a preparação do “encerramento temporário da fronteira”.

As autoridades húngaras declararam “estado de emergência” nas províncias de Csongrad, Bacs-Kiskun, Baranya, Vas, Somogy e Zala, todas junto às fronteiras com a Croácia ou com a Sérvia.

A Hungria construiu uma vedação de metro e meio e está a terminar outra, de quatro metros de altura, ao longo da fronteira com a Sérvia, e quer fazer o mesmo com a Croácia.

Depois de fechada a fronteira com a Sérvia, no passado dia 15, os imigrantes têm optado por seguir para a Áustria, pela Croácia e pela Eslovénia.

Nos últimos dias, cerca de 20.000 refugiados chegaram à Hungria a partir da Croácia, transportados até à fronteira pelas autoridades croatas, que depois, já em território húngaro, são levados pelas autoridades magiares para a Áustria em comboios e autocarros.

Segundo a polícia húngara, na segunda-feira foram intercetados 5.530 refugiados que entraram no país de forma ilegal.

O parlamento húngaro aprovou também, na segunda-feira, uma lei, que hoje entra em vigor, que autoriza a mobilização do exército em defesa das fronteiras, para apoiar a polícia.

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