Guardiola, Ancelotti e o 2016 de transição do Bayern

Dois Bayerns. É isso que devemos esperar do clube em 2016. Estranho começar o ano com essa afirmação, mas é exatamente o que o Gigante da Baviera nos mostrará neste ano: obviamente o mesmo time, porém, nos seis primeiros meses jogando de uma forma e nos outros seis, de outra.

Em 2016 o Bayern viverá um momento de transição. Como é do conhecimento de todos, Pep Guardiola não renovou com o clube, e este semestre será seu último na Baviera. Vem para seu lugar, a partir de 1º de julho, o italiano Carlo Ancelotti, campeão em diversos clubes que passou.

Não deveremos ter novidades nestes seis primeiros meses: o Bayern de Guardiola dificilmente deixará de jogar (leia: não irá) visando ter a bola nos pés e ditar o ritmo de jogo, seja contra o Ingolstadt ou o Barcelona. O rodízio de jogadores continuará sendo realizado (com menor intensidade, como já tem acontecido), bem como as diversas variações táticas. Acredito que teremos menos testes de jogadores fora de suas respectivas posições: o que era para ser testado já foi testado. Não há mais o que experimentar.

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Lesões muito provavelmente não deixarão de ser um problema. O começo desta temporada deixou claro que, mesmo com o elenco muito bem reforçado na última janela, seguiremos tendo baixas – terminamos a primeira metade da temporada novamente com o Departamento Médico cheio, e Guardiola, pra variar, reclamando da equipe responsável pela recuperação dos jogadores. Estas lesões são corriqueiras e inevitáveis, especialmente por causa do estilo extremamente veloz do treinador, seja marcando ou defendendo (principalmente defendendo). Já conversamos bastante sobre isso aqui neste espaço.

Mesmo com as lesões, o elenco continua farto e os títulos não deixarão de pintar na Baviera. Quem acompanha o Blog há pelo menos sete meses sabe que sempre estive apreensivo com relação à Bundesliga desta temporada, nunca acreditei que o título estava tão garantido para o nosso lado. Bem, meu pensamento mudou depois das goleadas contra o Dortmund (5×1) e Wolfsburg (outro 5×1), e agora, mesmo não sendo tão longa a distância para o segundo colocado, admito que dificilmente o inédito tetracampeonato não pintará pelos lados de Fröttmaning. Resta saber quando confirmaremos o título – aposto que será em abril, contra o Hertha Berlin (pra variar um pouco, risos).

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Estou bastante otimista também com a Pokal. Já eliminamos o atual campeão e outros times que poderiam bater de frente conosco também já ficaram pelo caminho. Dos oito sobreviventes e sete possíveis adversários, apenas um pode nos incomodar e outro que pode realmente bater de frente: Bayer Leverkusen e Borussia Dortmund, respectivamente. Seria ótimo caso ambos se enfrentassem nas semifinais.

Champions League. É o maior objetivo do Bayern na temporada e também de Guardiola. É a taça que definirá se o trabalho do treinador será ou não completado. Muitas pessoas já me chamaram perguntando se Guardiola terá fracassado no Bayern caso não conquiste esta Champions. Digo que não. Ninguém fracassa conquistando duas Bundesligas (três, se quiser contar com a de agora), uma Pokal, um Mundial de Clubes, uma Supercopa da Uefa e outros títulos menores. Guardiola já deu certo do Bayern. Mas só terminará seu vínculo com o clube no auge e com o trabalho fechado da forma como todos esperavam com uma Orelhuda nas mãos.

Não é normal desejar tanto uma taça da Champions League, é uma competição dificílima de ganhar. Mas estamos falando de Pep Guardiola, estamos falando do melhor elenco do mundo, estamos falando de investimentos milionários e excelente infraestrutura. Do casamento entre o melhor treinador do mundo e o clube com melhor elenco do mundo precisa sair esse fruto que tantos torcedores e membros do clube aguardam.

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A partir de julho deste ano é que as coisas devem mudar. É fato que passaremos por um momento de transição, resta saber se ele será intenso ou não. Carlo Ancelotti chegará na Baviera e, com ele, vem um estilo de jogo mais conservador e camaleônico. Traduzindo: um Bayern que terá poucas invenções (ou nenhuma), jogadores jogando em suas respectivas posições, e também um time que irá se adaptar conforme a situação. Espere um Bayern agressivo contra o Augsburg, mas tenha certeza que o clube não fará a menor cerimônia para ter a posse de bola contra um Barcelona ou Real Madrid, focando assim no contra-golpe.

Entenda: não teremos um Bayern retranqueiro. Ancelotti sabe que a torcida gosta do clube vencendo e convencendo com um futebol bonito e vistoso, e não deixaria um destes quesitos de lado. Até porque o treinador já abandonou a mentalidade defensiva há algum tempo, seu brilhante trabalho no Madrid mostrou bem isso. Muito provavelmente veremos o Bayern de Ancelotti adotando uma postura próxima (ou até a mesma) do Bayern de Jupp Heynckes em 2012/2013: agressivo do início ao fim em diversos jogos e, contra adversários mais capacitados, recuado em alguns momentos da partida e mortal nos ataques e contra-ataques. O Bayern de Jupp era lindo de se ver, e o de Ancelotti também terá tudo para ser.

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Evitarei falar de possíveis conquistas de Carlo em 2016, já que para ganhar uma Supercopa da Uefa e Mundial de Clubes teria que depender da Champions League de Guardiola. E Supercopa da Alemanha não é importante e não serve de parâmetro para nada, como já bem disse Dante aqui no Blog. Logo, deixemos este amistoso de luxo de lado: Carlo poderá nos dar muito mais que isso.

Uma equipe jogando de formas diferentes, mas com o mesmo propósito: ganhar títulos e voltar ao topo do mundo. Assim será o 2016 do Bayern, um ano que tem tudo e mais um pouco para entrar na história do clube.

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