O Governo do “Estado Livre da Baviera” anunciou a deciso de proibir a publicao, prevista para 2015, do livro escrito por Adolph Hitler. revista e anulada desse modo a anterior deciso, de adjudicar uma edio crtica a um prestigiado instituto histrico.
Foi há cerca de dois anos que o Governo bávaro anunciou a decisão contrária: encomendar ao Instituto de História Contemporânea (IfZ), de Munique, uma edição crítica de “Mein Kampf” (“A minha luta”), escrito pelo futuro ditador nazi, em boa parte durante a sua estadia na prisão, em 1923-1924. A decisão foi saudada por todos os partidos e ratificada por um voto unânime do parlamento bávaro.
O Governo regional tinha até aqui adiantado cerca de 500.000 euros ao IfZ, para patrocinar o projecto. A data de 2015 é crucial, porque se trata do ano em que prescrevem os direitos de autor, que foram adquiridos logo após a Guerra pelo “Estado Livre da Baviera”, precisamente para impedir a reedição do livro.
Agora, o Governo da direita social-cristã (CSU), encabeçado por Horst Seehofer, justificou a sua mudança de posição com protestos que as organizações de sobreviventes do Holocausto lhe teriam feito chegar.
O IfZ replicou que vai continuar a trabalhar no projecto e tenciona publicar a sua edição crítica, apesar da proibição. O instituto continua a considerar útil a publicação de uma edição crítica, ou seja, comentada “que não atire simplesmente Hitler para o mercado, mas torne possível uma contextualização”. E sublinha que o livro, para além do seu carácter odioso, continua a constituir uma fonte importante para o conhecimento da Alemanha nazi.
O ministro da Ciência do Governo bávaro, Ludwig Spaenle, afirmou por seu lado que nada obsta a uma edição de carácter científico e destinada apenas a um público estudioso. Mas fica por definir quais são as fronteias exactas entre a edição crítica, ou seja comentada e contextualizada, tal como ela era planeada para o grande público, e a edição admitida pelo Governo de Munique.
No parlamento local todos os partidos, incluindo o deputado Oliver Jörg da própria CSU, criticaram a viragem do Governo. Outras críticas vieram da deputada social-democrata Isabell Zacharias, e do deputado verde Sepp Dürr, que não se coibiu de classificar a viragem como “uma pouca-vergonha de primeira”.
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