A lendária corrida para chegar primeiro ao Polo Sul, em 1911, criou uma série de mitos em torno dos dois rivais: o norueguês Roald Amundsen, que conquistou a Antártida, e o britânico Robert Falcon Scott, cuja expedição teve um desfecho trágico. Foi a estória de ambos, feita de episódios gloriosos e dramáticos, que inspirou a criação de uma obra operática chamada precisamente “Polo Sul”.
A estreia mundial aconteceu na Ópera da Baviera, em Munique. Amundsen foi incarnado pelo barítono Thomas Hampson; o tenor Rolando Villazón assumiu o papel de Scott. “São dois homens que partem rumo ao desconhecido para conquistar o último sítio na Terra por descobrir. Eles entram numa luta contra o ambiente que os rodeia. Mas, ao mesmo tempo, nesta ópera as duas personagens embarcam numa outra luta, numa expedição ao interior deles mesmos”, afirma Villazón.
Hampson explica que “Amundsen tem várias arestas. Tem uma visão muito aguçada, é muito lúcido, muito determinado. A música reflete isso. Eu vejo-o como uma figura heróica. Acho admirável tudo aquilo que ele alcançou. A obsessão contínua que um tem pelo outro revela um sentimento fundamental de respeito entre ambos.”
Thrilled to have been part of #BSOSouthpole at
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thomashampson) 31 Janvier 2016
A estória dos dois exploradores é contada paralelamente no palco. Hans Neuenfels encenou este duplo retrato construído pelo compositor checo Miroslav Srnka. “Para mim, o mais importante é a relação espácio-temporal e o facto de ser uma dupla estória, o que significa que temos dois grupos em simultâneo em cima do palco: de um lado, os barítonos; do outro, os tenores”, declara Srnka. Hampson salienta que “há passagens na composição que nos transmitem realmente a sensação de frio e vento. É um feito em termos de linguagem musical.”
Amundsen, que se viu ultrapassado na conquista do Polo Norte, lançou-se na direção oposta dois meses mais tarde do que Scott. A experiência fez com que levasse a melhor. O britânico chegou 33 dias depois e não sobreviveu à viagem de regresso. Para Villazón, “Scott é um idealista. É muito patriótico, mais do que Amundsen. Acha que este é o seu dever perante o rei e o país.”
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