Ao fim da cpula na Baviera, pases convocam comunidade internacional a se manter firme perante Moscou. Merkel, Obama e outros lderes se comprometem a apoiar estabelecimento de limite de 2C para aquecimento global.
No segundo e ltimo dia da cpula do G7, na Baviera, os lderes das sete potncias industrializadas concordaram em apoiar o estabelecimento de uma meta para limitar o aquecimento global e aumentaram a presso sobre a Rssia, ameaando reforar ainda mais as sanes contra o pas caso a situao se agrave no leste da Ucrnia.
No domingo, a cpula j havia tido o conflito na Ucrnia como tema. O presidente americano, Barack Obama, e a anfitri, a chanceler federal alem, Angela Merkel, convocaram a comunidade internacional a se manter firme contra a Rssia, at que o Kremlin aja dentro dos parmetros estabelecidos pelo acordo de Minsk, que prev um cessar-fogo no leste ucraniano.
“As sanes s podero ser removidas se as condies que levaram imposio das mesmas no mais existirem, e se os problemas forem resolvidos”, declarou Merkel nesta segunda feira, durante entrevista coletiva ao final do encontro.
A chanceler afirmou que os lderes do G7 concordaram que as sanes impostas Rssia pelo Ocidente devem continuar at que o acordo de cessar-fogo seja cumprido em sua totalidade. “Poderemos aumentar as sanes, se a situao assim exigir”, afirmou Merkel.
Apesar de Putin insistir que “no h motivos para temer a Rssia”, o recente acirramento do conflito na Ucrnia elevou os temores de um fracasso do frgil acordo de paz assinado h quatro meses.
Mudanas climticas
Merkel e o presidente francs, Franois Hollande, obtiveram um consenso com seus colegas sobre outro tema sensvel na comunidade internacional: as mudanas climticas.
Os lderes do G7 concordaram em apoiar o estabelecimento de uma meta para limitar o aquecimento global a 2C, alm de fornecer ajuda no valor de 100 bilhes de dlares aos pases em desenvolvimento para que possam lidar com as questes referentes ao tema.
O acordo foi uma vitria significativa para Merkel, que, juntamente com Hollande, pressionou os demais lderes do G7 a que apoiassem os esforos antes da Conferncia do Clima de Paris, marcada para o fim de novembro. Na ocasio, um novo acordo para reduzir a emisso de gases do efeito estufa ser discutido.
O objetivo de Merkel e Hollande evitar a repetio do fiasco da conferncia de 2009, quando a falta de acordo foi considerada um retrocesso, e enviar uma mensagem clara para que outras naes se comprometam a reduzir suas emisses e a frear o aquecimento global, que ameaa derreter as calotas polares, elevar o nvel dos oceanos e agravar os fenmenos naturais extremos.
“Nos comprometemos a fazer nossa parte em atingir uma economia global de baixo carbono em longo prazo, incluindo o desenvolvimento e uso de tecnologias inovadoras. E vamos nos empenhar em uma reestruturao do setor energtico at 2050”, disseram os lderes em comunicado final conjunto.
“Estado Islmico” e Boko Haram
Os chefes de Estado e governo de Alemanha, Canad, Estados Unidos, Frana, Itlia, Japo e Reino Unido excluram pela terceira vez consecutiva o presidente russo, Vladimir Putin, mas convidaram outros lderes de pases fora do G7 a participar do encontro.
Um deles foi o primeiro-ministro do Iraque, Haider al-Abadi, que vai discutiu com os demais chefes de Estado a luta contra a organizao terrorista “Estado Islmico” (EI), que ocupa mais de um tero do territrio do pas. Tambm esteve em debate o fluxo de jihadistas de vrias partes do mundo que aderem ao EI e a ameaa que eles podem representar a seus pases de origem.
Outro convidado da cpula foi o recm-eleito presidente da Nigria, Muhammadu Buhari, que busca apoio internacional para combater o grupo terrorista Boko Haram. Os extremistas realizaram 11 atentados que deixaram 93 mortos na primeira semana dele no poder.
RC/dpa/ap/afp