Por ser uma feira internacional, a Intermach também é o local para empresários de outros países prospectarem clientes em terras brasileiras. Nesta 10ª edição o maior grupo de companhias estrangeiras veio da Alemanha: 16 empresas estão presentes na Expoville, sendo que oito delas são do Estado da Baviera.
A participação alemã na Intermach não é um acaso, já que ainda neste mês Joinville vai sediar o Encontro Econômico Brasil-Alemanha, entre os dias 20 e 22. “Estamos aqui para uma contravisita àquela que recebemos do vice-governador de Santa Catarina, Eduardo Pinho Moreira, em maio, e também como uma pré-delegação para o encontro econômico”, disse Martin Langewellpott, representante do governo do Estado da Baviera no Brasil.
As expectativas das empresas alemãs em relação à feira são diferentes, já que algumas não têm relação comercial com o Brasil enquanto outras têm filial por aqui, mas há um objetivo em comum: fazer contatos com possíveis clientes e estreitar o relacionamento após o evento.
A Gruetzner, empresa fabricante de sistemas automáticos de lubrificação, já vende seus produtos no Brasil, inclusive em Santa Catarina, desde o ano passado. Segundo o diretor da distribuidora Germantec (que vende os produtos da Gruetzner), Michael König, o Brasil representa um vasto mercado a ser explorado quando o assunto é automatização. “A maioria das indústrias aqui utilizam a lubrificação manual. Quando esse processo é automatizado, elas conseguem ganhar em tempo, economia de lubrificante, mão de obra e ainda aumentam a produtividade, porque não será preciso parar a máquina para fazer esta manutenção”, observou König, lembrando que na Alemanha esta tecnologia já é difundida.
A Haimer, especialista em suporte de ferramentas, também está apostando no viés da modernização para conquistar as indústrias brasileiras. “O ranking de produtividade no Brasil ainda é muito baixo. Para ter um rendimento melhor é preciso investir em tecnologia e aí entramos com os nossos produtos que, apesar de um custo de aproximadamente 1% do processo de fabricação, conseguem reduzir o tempo de produção significativamente”, afirmou José Kleber Zibordi Mabelini, gerente nacional de vendas e produto.
A Intermach está se mostrando uma boa oportunidade para a Haimer fortalecer sua presença em Santa Catarina. “O número de contatos que estamos fazendo já está se igualando ao da nossa participação na Feimafe, a principal feira de máquinas e ferramenta na América Latina”, contou Mabelini.
“Um Estado estratégico”
Ao olhar dos empresários alemães, Santa Catarina tem se destacado dos demais estados brasileiros neste momento de crise. “É um estado estratégico, tem uma boa estabilidade e a previsão é de crescimento de 1,5% do PIB”, comentou Martin Langewellpott, representante do governo do Estado da Baviera no Brasil.
Estes fatores estão mudando o foco das companhias estrangeiras para o sul do país, em detrimento do centro industrial em São Paulo. “Percebemos que aqui as pessoas prezam mais pela produtividade do que em outras regiões do país. Podemos dizer que as indústrias de Santa Catarina estão um passo a frente ao buscar tecnologias para incrementar a produtividade”, disse José Kleber Zibordi Mabelini, gerente nacional de vendas e produto da Haimer. O faturamento da Haimer explica a confiança no mercado catarinense: há apenas sete meses no Estado, as vendas realizadas aqui já representam cerca de 20% da receita da empresa alemã no Brasil.