Dois votos, uma eleição para o Bundestag e a possível salvação do …

No dia 22 de Setembro, 62 milhões de alemães vão votar duas vezes para eleger o seu governo. Um dos votos serve para escolher directamente o candidato para representar o seu círculo eleitoral no Bundestag (parlamento alemão) e o segundo voto é para eleger o partido que se quer a governar o país. Na incerteza que antecede esta eleição, a direita alemã pode utilizar o duplo voto para não só eleger a CDU, mas fortalecer o voto no FDP, garantindo assim a continuação da coligação CDU-FDP no poder.

Não havendo qualquer obrigatoriedade de que os dois votos sejam coincidentes, no domingo, tal como aconteceu em 2009, muitos militantes e apoiantes da CDU podem vir a utilizar o seu segundo voto para escolher o FDP, reforçando assim o parceiro minoritário da coligação e permitindo que este partido passe o limite mínimo de 5% para poder eleger deputados.

“Vamos explicar às pessoas que faz sentido dividir os seus votos, se quiserem ver a continuação da coligação de centro-direita no poder” disse o deputado do FDP Wolfgang Kubicki. Por um lado, o fraco desempenho do partido pode assustar a direita alemã, levando a CDU a emprestar votos ao seu parceiro de coligação. No entanto, o partido de Merkel não parece inclinado a apoiar esta estratégia, já que perder votos para a direita pode não adiantar, dada a receptividade do eleitorado alemão a uma grande coligação entre a CDU e o SPD.

Nesse caso, qualquer vantagem da CDU será preciosa para negociar os termos da coligação com Peer Steinbrück, e o partido sabe–o. Há semanas que um anúncio da CDU avisa os eleitores para não dividirem os votos através do slogan “Os dois votos na CDU”. Também o secretário-geral da CDU, Hermann Gröhe, veiculou esta ideia ontem ao dizer num programa de rádio que “o segundo voto é um voto para Angela Merkel e nós queremos que o voto seja no nosso partido”. Gröhe reforçou a importância do voto na CDU dizendo que “é importante para o partido que os eleitores utilizem os seus dois votos para eleger a CDU”.

No entanto, com a maioria das sondagens a atribuir menos de 5% ao FDP e depois da má prestação nas eleições regionais na Baviera (texto ao lado), esta estratégia pode ser a última hipótese de o FDP voltar a formar governo com a CDU de Merkel, já que foi desta forma, segundo analistas eleitorais, que em 2009 o FDP conseguiu 14,6% dos votos.

O Sistema Ao contrário do que acontece em Portugal, na Alemanha os eleitores podem votar directamente nos seus candidatos favoritos, independentemente da posição que ocupam na lista do seu círculo eleitoral. Há, assim, 598 assentos no Bundestag destinados a quem ganha este mandato directo, independentemente do desempenho do seu partido – os partidos que não ultrapassem os 5% dos votos em todo o país podem, mesmo assim, eleger deputados desde que ganhem pelo menos três lugares em mandato directo.

Apesar da importância que o primeiro voto assume na representação directa do eleitorado, é o segundo voto que determina qual ou quais os partidos que recebem assentos suplementares, de modo a reforçar a sua liderança. Este voto é apelidado muitas vezes de “decisivo”, por dar vantagem a um partido de forma a poder formar governo. A distribuição destes assentos fez com que o mandato que está prestes a terminar tenha adicionado 22 deputados ao parlamento alemão, perfazendo um total de 620.

Na Alemanha não é possível governar sem se deter a maioria absoluta dos assentos no parlamento, levando assim a que sejam habituais as coligações de várias forças no governo. O chanceler só é oficialmente eleito depois de ter o apoio de uma maioria absoluta.

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