O chefe do governo regional da Baviera, Horst Seehofer, criticou nesta terça-feira a Áustria, a quem acusa de enviar milhares de refugiados à Alemanha sem alertar bávares e pediu à chanceler alemã, Angela Merkel, que intervenha no caso.
“Esse comportamento da Áustria influencia a relação entre vizinhos”, afirmou o ministro presidente da Baviera em uma entrevista ao jornal regional Passauer Neue Presse. “Ninguém pode ter esse tipo de comportamento”, continuou o dirigente conservador.
As autoridades deste Estado regional que, por sua situação geográfica, administram quase todo o fluxo de refugiados que chegam à Alemanha, acusam os austríacos de não informá-los da chagada de novos migrantes, impedindo a polícia de organizar o acolhimento a tempo.
A polícia austríaca assegurou que os países estão em contato permanentemente.
“Se a Áustria recebe 11 mil pessoas em Spielfeld (na fronteira com a Eslovênia) a cada dia, a Baviera não pode dizer que cuidará apenas de 50 pessoas por hora em sua fronteira. É uma piada”, afirmou um porta-voz austríaco, David Furtner.
Furtner lembrou que o governo alemão havia alegado que todos os refugiados eram bem-vindos. “Parece que há um problema de interpretação por parte da polícia alemã que segue esta diretriz com restrições” sobre o número de migrantes, afirmou.
A chanceler tem agora “o dever” de conversar com a Áustria, julgou Seehofer, que solta faíscas contra Merkel desde que ela decidiu abrir as portas da Alemanha para os refugiados vindos de zonas de conflito, principalmente da Síria e do Iraque.
Segundo ele, “a medida mais importante que deveria ser tomada imediatamente é uma ligação entre a chanceler e seu homólogo austríaco, Werner Faymann”.