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A esmagadora derrota sofrida esta semana nas regionais da Baviera por um dos aliados mais fiéis a Angela Merkel, o FDP, pode vir a colocar em risco, nas eleições do próximo domingo para o Bundestag, o parlamento alemão, a atual coligação no governo: CDU – CSU – FDP. Os liberais democratas não conseguiram o mínimo exigido de 5 por cento dos votos e falharam o acesso ao parlamento regional da Baviera, ganho pela CSU, o partido “irmão” da CDU. Essa “eliminação” bávara do partido do atual ministro da economia da Alemanha, Philip Rösler, é vista como um mau sinal para a CDU, de Merkel, no que toca ao controlo do Bundestag após as legislativas de domingo, que poderá ter de passar por uma coligação renovada mais à esquerda.
Uma das estratégias pode passar pelo apelo dos liberais democratas aos apoiantes de Merkel para que votem no FDP, encabeçado por Rainer Brüderle, ao mesmo tempo que votam de forma individual no candidato da CDU. Este passo, contudo, pode não ser favorável à ambição de força de Angela Merkel, que não deverá querer ver a CDU a perder força no parlamento.
Rainer Brüderle considera “legítimo que Angela Merkel peça todos os votos para a CDU” e lembra que “Helmut Kohl, na altura dele, também não pediu para salvarem os liberais”. “Ele queria apenas um Governo centralizado”, disse o pouco popular cabeça de lista do FDP.
Outra força política que por tradição ajuda a eleger “líderes” na Alemanha são os Verdes. Desta vez, contudo, as sondagens indicam também uma queda dos ecologistas, mas neste caso para menos de 10 por cento. A reforma fiscal que defendem joga contra eles entre o povo. Jürgen Trittin, um dos colideres dos Verdes, não está, contudo, preocupado. “É normal em todas as campanhas dos Verdes. Há 20 anos que ando nisto e e sempre assim: no início, estamos bem colocados; depois, descemos nas sondagens; e nas urnas voltamos a subir”, recordou Trittin.
E se os resultados dos Verdes forem, de facto, bons no domingo e a vitória sorrir, como tudo indica, à CDU de Merkel? Com a eventual não entrada do FDP no Bundestag, estarão os ecologistas abertos a uma coligação com a CDU? O outro colider dos Verdes, Katrin Göring-Eckard não parece estar inclinada para um acerto de agulhas com Merkel. “Acredito que um governo de Estado deve ser estável e trabalhar todo no mesmo sentido. Juntar forças que lutam em sentidos diferentes não resulta e não imagino que a CDU possa ceder tanto (aos Verdes)”, afirmou à euronews Katrin Göring-Eckard.
Ainda mais à esquerda, o Die Linke pode revelar-se uma das surpresas no domingo e conseguir um resultado à volta dos 10 por cento, o que lhe permitiria poder ser também um trunfo para a assegurar a hegemonia sobre a direita no próximo elenco do Bundestag. A liderança do Die Linke não revela, porém, abertura para quaisquer alianças ao centro e mantém-se fiel ao programa social que defende. “Pretendemos um salário mínimo nacional de 10 euros à hora e abolir o sistema de penalizações sobre os subsídios sociais básicos. Defendemos ainda um apoio social, no mínimo, de 500 euros e esperamos financiar estes projetos como uma maior taxa fiscal sobre os milionários”, afirmou, em campanha, Katja Kipping, líder do Die Linke.
Quem poderá, então, juntar-se a Merkel para manter a hegemonia da esquerda sobre a direita no parlamento alemão? Quem irá ficar de fora do Bundestag? O FDP, pelos indícios deixados na Baviera, corre sérios riscos de perder assento parlamentar e isso poderá obrigar Merkel a procurar novas alianças à esquerda, surgindo os Verdes ou os mais radicais, e menos prováveis, Die Linke como possibilidades. São dúvidas que apenas poderemos ver esclarecidas este domingo, após o fecho das urnas nas legislativas da Alemanha.
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